Candidatos ao governo do estado ignoram o Noroeste Fluminense durante a campanha

Quase 40% do total de municípios do Estado do Rio não recebeu sequer uma passadinha dos quatro principais candidatos ao Governo em 2014. A campanha já está na última semana e é pouco provável que os candidatos escapem de fazer suas últimas investidas, em busca de votos, em cidades onde o colégio eleitoral é mais expressivo, como a capital, São Gonçalo e Duque de Caxias, além de outros municípios na Baixada Fluminense.

Das dez cidades com menor número de eleitores, apenas Macuco, que de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tem 6.560 eleitores ganhou a presença, por poucos minutos, do candidato do PR, Anthony Garotinho. As outras, nem isso. Das 92 cidades do Rio de Janeiro, 35 vão ficar ser ver de perto seu futuro governador.

O Noroeste ficou praticamente esquecido durante a campanha. Garotinho visitou três cidades e Luiz Fernando Pezão, do PMDB, foi apenas a Itaperuna. Marcelo Crivella, do PRB, e Lindberg Farias, do PT, nem passaram perto.

Para o professor Roberto Moraes, ex-diretor do Instituto Federal Fluminense (ex-Cefet), em Campos, engenheiro e que mantém um blog sobre os problemas da região Norte e Noroeste do Estado, não há muita novidade nesse fato. “Temos uma economia cada vez mais arrastada pela cadeia do petróleo, que por sua natureza é centralizadora, faz com que o poder político e econômico fique ainda mais ancorado na capital”, afirma.

Com a economia baseada na atividade agrícola, a região Noroeste “Neste processo, os municípios de interior, e aqui falo das regiões mais afastadas do litoral, é que estão mais isoladas, tanto economicamente, quanto politicamente. Se observarmos as agendas dos candidatos, a atenção para as regiões Noroeste e Serrana são ainda menores que as demais”, diz Moraes.

A região Norte, com sua produção de petróleo e a exploração do petróleo do pré-sal, devem ganhar importância. Garotinho domina politicamente parte da região e onde sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, é a atual prefeita de Campos (sétimo maior colégio eleitoral do estado). Garotinho fez apenas duas agendas na cidade que é seu berço eleitoral, as mesmas que Pezão. Crivella e Lindberg passaram por Campos uma vez também. Mas se Garotinho, que é de lá, passou pouco pela região, sua mulher foi bastante. Rosinha comanda carreatas em cidades da região levando uma máscara do marido (de acordo com o candidato, Rosinha só faz campanha para nos fins de semana).

Para Roberto Moraes o pré-sal poderia ser a chance de integrar mais o estado. “Vivemos atualmente um processo de ampliação da metrópole só que na faixa litorânea, processo explicado pela dinâmica do petróleo e das receitas dos royalties. Diante do pré-sal, o estado do Rio de Janeiro, tem uma oportunidade única de ser prensado de forma mais integrada e menos separadas pelas regiões. E o governo estadual teria que atuar como articulador de políticas supramunicipais e inter-regionais”, pede.

Explicações

No total, Garotinho foi quem compareceu a mais municípios: 50 no total, contra 29 de Pezão, 24 de Lindberg e 21 de Crivella. Através de suas assessorias, os candidatos justificaram. Garotinho admitiu que será impossível ir a todas as cidades. “A agenda ainda não está fechada, mas por falta de tempo não será possível ir a todos os municípios”.

Pezão, que quando assumiu o governo tinha prometido “andar por cada cantinho do Estado”, também se explicou: “Pezão conhece todo o estado e as características e demandas de cada região. Ele mantém contato com prefeitos e ex-prefeitos”.

Crivella centralizou sua campanha na Baixada Fluminense, onde pode garantir mais votos: “Por contar com pouco tempo de TV, o candidato opta por agendas de rua em estações de trem e metrô; calçadões; e locais com grande fluxo de pessoas”.

Já Lindberg lembrou das Caravanas da Cidadania: “Fizemos um diagnóstico do Rio de Janeiro. Durante as Caravanas, Lindberg conversou com os moradores, com representantes de movimentos sociais e recebeu sugestões da população. Nestes eventos, ele percorreu mais de 30 cidades”, diz a assessoria.

Agora a lista das cidades não visitadas (as do Noroeste em negrito): Aperibé, Areal, Armação dos Búzios, Bom Jesus do Itabapoana, Cachoeiras de Macacu, Cambuci, Cardoso Moreira, Carmo, Casimiro de Abreu, Comendador Levy Gasparian, Conceição de Macabu, Engenheiro Paulo de Frontin, Italva, Itaocara, Itatiaia, Laje do Muriaé, Miguel Pereira, Natividade, Paraty, Porciúncula, Porto Real, Quatis, Quissamã, Rio Bonito, Rio Claro, Rio das Flores, Santa Maria Madalena, São José de Ubá, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sapucaia, Silva Jardim, Sumidouro, Trajano de Moraes e Varre-Sai.

Com informações do JB

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4 respostas para “Candidatos ao governo do estado ignoram o Noroeste Fluminense durante a campanha”

  1. Isso era de se esperar pois além do numero deceleitores serem insignificantes em cada um destes municipios, estes INDIVIDUOS cuja maioria não seria candidato a nada num pais serio, só aparecem caso aconteça uma calamidade publica ,como nós já viomos aqui em Natividade.
    O NOROESTE do estado do RIo é uma região pobre como a maioria do Nordeste do Brasilr nada é realizado por estes INDIVIDUOS quando se elegem para mudar a perspectiva de vida de seus habitantes.E aí o que se vê é um exodo sem fim de seu povo ,para morar em condições as vezes sub humanas ,em favelas ou locais piores do que a casa onde moravam e sem trabalho digno.
    O que a população do NOROESTE deveria fazer era não votar em nenhum destes canditados que só aparecem quando por um voto eles se elegem.

  2. Se pra pedir voto não deu as caras, imagina depois…….alguma dúvida? Lembre-se disso no domingo e boa sorte região! !!

  3. Estas observações feita pela população a respeito da ausência dos candidatos nesta região, devem ser divulgadas maçiçamente, pois para o povo da capital esses candidatos mostram o “carinho” que nutrem pelo interior do estado na propaganda eleitoral.
    Apesar de não conhecer esta região, entendo que todos devem ser tratados com respeito e atenção necessária.
    DOMINGO é só votar consciente.

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