Floricultura tropical se expande no Noroeste Fluminense

Conhecida pela produção de leite, arroz e pedras ornamentais, a Região Noroeste fluminense descobre, na floricultura, uma alternativa para a geração de renda no meio rural. A atividade começou a ganhar espaço há dois anos, quando produtores familiares tiveram o primeiro contato com flores tropicais e plantas ornamentais, por meio de cursos de capacitação e excursões técnicas às principais zonas de produção, no município mineiro Dona Euzébia e no Espírito Santo, onde participaram de feiras e exposições do setor.

Entre os novos empreendimentos, se destaca a produção de flores tropicais de corte do sítio Boa Sorte, em Santo Antônio de Pádua, onde são cultivadas helicônias, alpínias, bastão do imperador, gengibre ornamental e musas. Graças ao clima tropical semi-úmido, predominante na região, essas plantas apresentam bom desenvolvimento e alto padrão de qualidade, atraindo compradores, principalmente aqueles voltados à promoção de eventos.

Além das flores tropicais, as plantas ornamentais também vêm registrando um excelente padrão de tamanho, cores e texturas, principalmente em Miracema. Ali, são cultivadas Calathéias, Crótons, Léias, Bromélias, entre outras. As espécies são utilizadas, principalmente, para composição de jardins e paisagismo.

De acordo com a coordenadora do Programa Florescer, da secretaria estadual de Agricultura, Nazaré Dias, outros municípios da região, como Varre-Sai e Porciúncula, também já estão produzidos flores de vaso, com destaque para as orquídeas e bromélias.

– A expansão da floricultura no Noroeste fluminense se dá em função de a média de temperatura anual ser em torno de 22º e a umidade relativa do ar variar entre 78% e 87%, na maior parte do ano. Esses fatores estão contribuindo para a boa produtividade e qualidade das espécies tropicais naquela região – informa.

Atualmente, cerca de 30 produtores se dedicam à atividade e a expectativa é de que este número dobre nos próximos dois anos, com a realização de ações voltadas para o mercado, como a promoção de exposições e encontros técnicos que estimulem os negócios com municípios vizinhos e outros estados.

O Programa Florescer, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e sindicatos rurais da região, vem intensificando os treinamentos de mão-de-obra, visando à profissionalização do segmento. Uma das características da atividade, nestes locais, é a utilização de mão-de-obra feminina, que chega a 90%.

Exemplo da dedicação feminina, a professora Waldevina Jardim, conhecida como dona Waninha, foi pioneira no cultivo de flores tropicais no município de Santo Antônio de Pádua. Hoje, com uma produção de cerca de um hectare, em cultivo agroflorestal e manejo orgânico, é a principal fornecedora do produto para decoradores da região.

– Estou me organizando para a multiplicação de mudas, através da produção de matrizes das espécies, visando atender a demanda por este material. Isso é conseqüência do crescimento da atividade e da entrada de novos produtores. Também pretendo me especializar em arranjos florais – revela.

Os cursos de capacitação em floricultura tropical, cultivo de plantas ornamentais, arranjos florais e paisagismo acontecem periodicamente na região Noroeste. Mais informações, pelos telefones dos Sindicatos Rurais: (22) 3851-0690 (Santo Antônio de Pádua) e (22) 3380-9501 (Miracema).