Pesquisadores estrangeiros visitam áreas rurais do Noroeste Fluminense

Um grupo multidisciplinar composto por oito pesquisadores do Projeto Intecral (Integração de eco-tecnologias e serviços para o desenvolvimento rural sustentável no Rio de Janeiro) visitou, entre os dias 30 de novembro e quatro de dezembro, as microbacias trabalhadas pelo Rio Rural nas regiões Serrana e Noroeste para identificar áreas prioritárias, conhecer as peculiaridades de cada região e avaliar o grau de organização comunitária nas localidades. Trata-se das primeiras ações da cooperação técnica internacional entre os governos fluminense e alemão, assinada em meados de setembro, e que envolve instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras, dos setores público e privado, além de atores locais. O país europeu pretende investir cerca de R$ 9,2 milhões em pesquisas e na criação de soluções para melhorar a produtividade dos agricultores.

No interior do estado, o Intecral vai trabalhar, prioritariamente, o monitoramento de água, áreas degradadas e cadeias de valor. “Estas visitas são importantes para definir o plano de trabalho do Intecral. Os estudos vão nos fornecer ferramentas e respaldo para fazer intervenções em escalas maiores nas áreas prioritárias”, esclarece Marcelo Costa, assessor técnico do Rio Rural que acompanhou os pesquisadores em campo.

Noroeste Fluminense

No Noroeste Fluminense, foram visitadas microbacias com diferentes arranjos produtivos. Em Porciúncula, os estudiosos conheceram o plantio de café em sistema agroflorestal. Em Varre-Sai, as RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) criadas com apoio do Rio Rural. Em São José de Ubá, foram à microbacia Santa Maria, onde o programa implantou o monitoramento completo. Os pesquisadores se reuniram com o Cogem e com a associação local de produtores, e visitaram diferentes propriedades rurais. Conheceram também áreas com nascentes protegidas, plantio agroecológico de hortaliças, pastoreio rotacionado e o trabalho de monitoramento da biodiversidade com a polinização das abelhas, desenvolvido pelo Rio Rural em parceria com a Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro).

Dietmar Sattler, pesquisador alemão da Universidade de Leipzig, se surpreendeu com o comprometimento dos agricultores. “A paixão do produtor é visível. Quando ele entende o que é a sustentabilidade, se empenha para mudar o modo produtivo, porque sabe que vai ter mais qualidade de vida”, concluiu Sattler, especialista em recuperação de solos degradados. Outro fator que chamou a atenção do pesquisador foi o processo participativo de decisão, com a formação dos comitês gestores. “Eles decidem com base na demanda de todos e isto contribui para melhorar a situação econômica e a sociedade rural”, disse.

A viagem terminou no Centro Estadual de Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Pesagro-Rio, em Itaocara, onde os pesquisadores conheceram experimentos utilizados na avaliação de espécies nativas para reflorestamento de áreas degradadas. O Projeto Intecral começará a ser executado em 2014, durante três anos, a partir de um plano de ação, em fase de desenvolvimento.

Da redação da Rádio Natividade com Ascom/Rio Rural