Depois que os pais de alunos do Colégio Estadual Teotônio Brandão Vilela, em Itaocara, no Noroeste Fluminense, souberam da possibilidade da instituição fechar as portas, não se fala em outra coisa na cidade de aproximadamente 23 mil habitantes. O colégio fica localizado no bairro Sobradinho e já funciona há cerca de 35 anos na localidade.
E essa história toda começou porque, de acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), a prefeitura da cidade teria solicitado o espaço.
A unidade é de administração estadual, porém o prédio onde está instalado o colégio pertence ao município. A assessoria da Seeduc informou que a prefeitura de Itaocara solicitou o espaço tendo em vista a necessidade de assumir os anos iniciais do Ensino Fundamental. Dessa forma, ficou decidido que os estudantes do ensino fundamental (1º segmento) e ensino médio semipresencial (Ceja) permanecerão no Teotônio Brandão Vilela. Já os estudantes do ensino fundamental (2º segmento) e ensino médio regular serão transferidos, em 2014, para o Ciep 275, Lenine Cortes Falante, que fica a uma distância de dois quilômetros do bairro Sobradinho.
A Seeduc informou que, após acordo com a secretaria municipal de Educação, a instituição vai passar por um processo de municipalização. Apesar disto, ela não vai perder o nome, permanece como Teotônio Brandão Vilela. Em relação às benfeitorias realizadas na unidade durante todo este tempo, a assessoria esclarece que as melhorias são feitas visando ao bem-estar do aluno, seja ele da rede estadual ou municipal e, desta forma, elas ficarão para os estudantes matriculados na unidade.
Ainda segundo a Seeduc, os professores do ensino fundamental (2º segmento) e ensino médio regular seguirão com os alunos para o Ciep. Os docentes do ensino fundamental (1º segmento) podem permanecer na unidade. Caso contrário, terão que solicitar remoção. Já os professores do ensino médio semipresencial (Ceja) permanecerão na unidade. A equipe de direção deverá ser reaproveitada em outras unidades escolares. Os funcionários administrativos também acompanharão os alunos para o Ciep.
De acordo com a coordenadora pedagógica, Patrícia Almeida Bairral, atualmente a instituição possui 638 alunos do 4º ano, ensino médio e do Ceja, e mais 80 funcionários, entre educadores e manutenção. Ela considera que toda essa novidade seja um banho de água fria em uma equipe que sempre se dedicou ao ensino de qualidade.
A comerciante Erilza Passarelli é mãe de dois alunos da instituição que cursam o 2º ano do ensino médio. Ela acredita que toda a mudança irá atrapalhar os gêmeos Hemanuel e Hisrael na preparação para o vestibular, que já começa em 2014.
“Meus filhos estudam na melhor instituição de ensino da região. Não entendo o motivo dessa mudança toda. Quando eles ficaram sabendo da possibilidade de ter que trocar de colégio, ficaram apavorados. Neste dia, eles nem almoçaram direito. O Teotônio garante uma base escolar muito boa e é por isso que eles estudam lá. Os dois pensam em ser engenheiros e a gente sabe que para passar pra uma boa instituição de ensino superior é preciso se preparar bem. Com toda esta mudança temo que comprometa a preparação deles”, desabafou Erilza.
No site de notícias da prefeitura, o secretário divulgou uma nota de esclarecimento, onde diz que não solicitou o fechamento ou transferência do prédio do Colégio Estadual Teotônio Brandão Vilela. Apesar da não solicitação, teriam enviado um ofício à Seeduc informando que há deficiência na infraestrutura e superlotação nos prédios ocupados por unidades educacionais do município.
Com informações do G1.