Decretada a prisão de três dos acusados de agredir brutalmente jovem porciúnculense

Três dos acusados de agredir brutalmente o jovem instrutor de capoeira porciunculense Marcos Hiroyuki Iwata, o Hirô, de 34 anos, no momento em que ele saia de uma boate na madrugada de 29 de novembro do ano passado em Itaperuna, tiveram suas prisões preventivas decretadas pelo juiz Marco Abreu Novaes, da 2ª Vara Criminal do município e cumpridas no final da tarde desta quarta-feira (25), por agentes da 143ª Delegacia Legal.

De acordo com informações levantadas pela Rádio Natividade, entre os envolvidos estão o policial militar Rodrigo de Lima Branco, de 26 anos, o comerciante Diego Marcolongo Coelho, de 32 e o estudante Pedro Mendes Cabreira, de 25 anos. Todos foram apresentados ao delegado Henrique Vitor Lobato e recolhido ao sistema prisional. Os civis já estão na Casa de Custódia da cidade e o militar, que se encontrava internado, permaneceu sob escolta, devendo ser transferido nas próximas horas para uma unidade no Rio de Janeiro (Batalhão Prisional).

Com várias lesões, Hirô chegou a ficar 34 dias em coma na UTI neurológica do Hospital São José de Avaí, entre a vida e morte, mas superando os prognósticos até mesmo dos médicos, recebeu alta no final de janeiro deste ano. Mesmo com diversas sequelas, o rapaz se recupera em casa.

RELEMBRE O CASO:

A família do porciunculense Marcos Hiroyuki Iwata, de 35 anos, relata detalhes da agressão sofrida pelo rapaz na madrugada deste sábado (29) quando ele saía da inauguração da boate Major, em Itaperuna.

O rapaz sofreu um traumatismo craniano e está internado na UTI do Hospital São José do Avaí, naquele município, em coma induzido. O estado dele é gravíssimo. O caso foi registrado na 143ª Delegacia Legal, que já tem as imagens das câmeras da casa noturna. Os agentes analisam as gravações para tentar identificar os agressores.

Segundo o irmão da vítima, Leandro Hiroyuki Iwata, de 39 anos, ele, Marcos e um amigo estavam no estacionamento da casa noturna quando foram abordados por um grupo formado por cerca de 12 homens. O trio foi cercado. Leandro foi o primeiro a ser agredido e acabou desmaiando. Marcos tentou defendê-lo e tomou chutes e pontapés, caindo da escada onde estava. O terceiro rapaz nada sofreu.

– Eles começaram a chutá-lo e não pararam mais, até estarem cansados de tanto chutar. Foi um ato de uma covardia imensa, totalmente aleatório. Não tínhamos nos envolvido em confusão alguma que justificasse. É um grupo que já age em Itaperuna há algum tempo. Já houve outros casos – disse Leandro.

Ele contou que Marcos trabalha com crianças carentes no projeto “Caminhos da capoeira” e tem uma filha de 11 anos. A família tentou esconder da menina a gravidade do estado do pai, mas como as perguntas dela foram insistentes, acabaram contando o que aconteceu.

– Ela foi com os meus pais ao hospital hoje para ver meu irmão – contou Leandro.

Parentes e amigos de Marcos estão organizando um protesto para este sábado (06), para cobrar providências das autoridades. De acordo com Leandro, eles querem que os responsáveis pela agressão sejam presos e condenados:

– Não queremos que outras famílias passem pelo mesmo que estamos passando. Segundo os médicos, meu irmão teve perda de massa encefálica. A região do cérebro atingida foi a da fala e da coordenação motora. Não sabemos se ele vai se recuperar. Uma vida não pode acabar assim, de forma tão covarde. Ele é uma pessoa boa, querida na cidade (em Porciúncula, onde mora a família).

A assessoria de imprensa do Hospital São José do Avaí informou que Marcos foi submetido a uma cirurgia nesta terça-feira, para a descompressão da caixa craniana. Já a Polícia Civil informou que, “de acordo com informações da 143ª DP, as investigações estão em andamento. Imagens das câmeras de segurança do estabelecimento estão sendo analisadas e a delegacia aguarda a liberação médica da vítima para que ela possa prestar depoimento. Funcionários da boate estão sendo chamados para depor na unidade.”.

A Major Music Lounge enviou um comunicado onde reitera que a agressão ocorreu fora da casa norturna: “a briga ocorrida no dia da nossa inauguração aconteceu fora do nosso ambiente, no horário que o evento já havia terminado. Esclarecemos ainda que o estacionamento não pertence as dependências da Major Music Lounge. Repudiamos toda e qualquer forma de violência e não toleramos tais atitudes em nosso estabelecimento. Temos uma equipe e câmeras de segurança para garantir o bem estar dos nossos clientes. Fizemos a nossa parte cedendo à Polícia Civil todas as imagens das nossas câmeras de segurança da parte externa da casa”. – diz a nota.

Da redação da Rádio Natividade