Um acusado de participar da “Máfia do Aborto”, desmantelada na semana passada pela polícia no Rio de Janeiro, foi preso na manhã desta segunda-feira (20), no distrito de Areias, em Miracema. De acordo com a polícia, contra Edgard Caveari da Rocha, havia um mandado de prisão em aberto, desde que a operação foi deflagrada na capital fluminense.
Na residência do foragido, os agentes localizaram um revólver calibre 32 sem munição, $ 621 dólares em espécie, celulares, cheques, além de diversos documentos. O caso foi apresentado na 137ª Delegacia e Edgar, recolhido à Casa de Custódia de Itaperuna.
A MÁFIA E A OPERAÇÃO DEFLAGRADA EM 14/10:
A polícia fez uma operação contra um esquema que fez mais de dois mil abortos clandestinos em sete bairros do Rio de Janeiro, cobrando até R$ 7,5 mil. A Polícia Civil já prendeu 56 pessoas. É a maior operação contra clínicas de aborto no país.
A maior parte das buscas aconteceu no Rio de Janeiro. Os policiais foram a 118 endereços e fecharam uma clínica de Bonsucesso, no subúrbio da cidade. Segundo os agentes, no local eram feitos abortos clandestinos.
Numa rua próxima, a polícia procurou e não encontrou Iracema Ferreira, que de acordo com os investigadores, é uma falsa médica. São 75 mandados de prisão preventiva. Dez médicos, oito policiais civis, quatro policiais militares, quatro advogados e um militar do Exército estão entre os suspeitos de participação no esquema.
Letícia Queiroz Xavier, enfermeira do Hospital do Corpo dos Bombeiros do Rio, é apontada como a fornecedora de medicamentos para a realização dos abortos.
Nos 15 meses de investigação, os agentes comprovaram que a quadrilha agia em sete bairros do Rio e fez pelo menos dois mil abortos, que custavam até R$ 7,5 mil. Em um dia uma médica chegou a fazer 50 abortos e recebeu R$ 180 mil. Os investigadores descobriram que alguns integrantes do grupo atuavam há 50 anos.
Na operação de hoje, em Copacabana, na zona sul do Rio, bombeiros foram chamados para arrombar a porta de um consultório médico. Ninguém foi encontrado, mas documentos foram apreendidos. Perto do local, num apartamento na Avenida Atlântica, endereço nobre da cidade, os policiais prenderam o médico legista aposentado Genésio Loureiro da Silva.
Na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, os agentes apreenderam um computador e prenderam o médico perito da Polícia Civil, Walmir Alves da Silva, também suspeito de envolvimento.
A polícia não tem dúvidas de que os presos suspeitos de envolvimento no assassinato de Jandira Cruz fazem parte da mesma quadrilha. Jandira, de 27 anos, morreu em agosto, depois de fazer um aborto, numa clínica clandestina. No dia seguinte, o corpo dela foi encontrado carbonizado.
“As operações eram isoladas. Atacava-se uma clínica de cada vez e, na verdade, se transferia o problema de Benfica para Bonsucesso, Copacabana e Jardim Botânico. Desta vez foi feita uma mega operação para acabar de vez com a máfia do aborto”, fala o promotor Homero de Freitas.
A polícia aprendeu medicamentos pra aborto, documentos e R$ 530 mil em dinheiro. Os agentes também encontraram extrato bancário de contas no exterior e vão investigar se essas contas são dos donos das clínicas clandestinas de aborto.
Da redação da Rádio Natividade – Fotos: Divulgação/36º BPM
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