Na semana passada, em que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, agricultores de todas as regiões do estado colhem os resultados de um trabalho diário para conciliar a produção de alimentos e o uso sustentável dos recursos naturais.
O Rio Rural, programa da secretaria estadual de Agricultura para o desenvolvimento sustentável já beneficiou 5.240 famílias de agricultores fluminenses com 7.776 projetos, totalizando investimento de R$ 27,5 milhões. As mais de 100 práticas incentivadas pelo programa, como proteção de nascentes e matas ciliares, sistema de pastoreio rotacionado, cultivo agroecológico vem contribuindo para o aumento da produtividade e renda no campo e fazendo do produtor um agente de transformação da relação com o meio ambiente.
Celismar Pereira, produtor de café na microbacia Córrego do Lambari, em Bom Jesus do Itabapoana é um deles. Beneficiado com projeto coletivo, recebeu juntamente com outros sete produtores, R$ 27,2 mil para a aquisição de um secador de grãos.
– O equipamento trouxe ganhos significativos de tempo e qualidade. No bolso chega a representar até R$ 120 a mais por saca de café, ou cerca de 30% de valor agregado. O mesmo café que levava 25 dias para secar ao sol, com o secador leva 30 horas – afirmou satisfeito o agricultor, que também recebeu recursos para projetos de criação de galinha caipira, canais de contenção e aquisição de microtrator.
Para o produtor José Almeida de Oliveira, da microbacia Varre-Sai, em Varre-Sai, os incentivos recebidos do Rio Rural para proteger a mata ciliar e a nascente de sua propriedade foram o marco de uma mudança de comportamento.
– A consciência ambiental é o caminho viável. Já fui madeireiro, cortei muita árvore, mas aprendi que não era o que devia ser feito. Desde então, venho preservando o ambiente – contou.
O secretário executivo do Rio Rural, Nelson Teixeira explica que todas as práticas são decididas de forma participativa nas comunidades rurais das microbacias atendidas. Os recursos financeiros vão diretamente para os agricultores, que recebem também assistência técnica para a implantação dos projetos.
Além dos incentivos financeiros para os produtores, o Rio Rural também executa ações estruturantes para saneamento e mobilidade rural, através da recuperação de estradas vicinais com revestimento primário. Até o momento já foram implantadas 5.540 fossas sépticas, beneficiando igual número de famílias, em comunidades rurais de microbacias das Regiões Norte e Noroeste. A previsão é que até 2016 sejam instalados 18 mil desses sistemas, contabilizando o investimento total de R 35,8 milhões.
Para o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, o grande diferencial do Rio Rural, reconhecido internacionalmente por entidades como o Banco Mundial e FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), é a integração do trabalho diário dos produtores com as questões da atualidade.
– Temas como mudanças climáticas, conservação dos recursos hídricos, saneamento, mobilidade rural e segurança alimentar estão inseridas no cotidiano dessas comunidades. Com essa agenda o governo do estado consolida o Rio de Janeiro como vitrine da agricultura sustentável no país – finalizou.