O bom gosto veio de São Gonçalo, na Baixada Fluminense, mas o sucesso aconteceu mesmo em Raposo,distrito de Itaperuna. Bianca Lôbo, 34 anos(foto acima), é a proprietária de uma marca de bolsas que tem nos retalhos o grande diferencial. E graças à criatividade e preocupação com a sustentabilidade, Bianca alcançou algo jamais sonhado: exportar suas peças para Dubai, nos Emirados Árabes, e para a Nova Zelândia, na Oceania. E não é só isso. A gonçalense participa, pelo terceiro ano seguido, do “Salão Bossa Nova de Moda e Negócios” no Fashion Rio, um dos maiores eventos de moda do Brasil.
Apesar da formação em produção de moda, Bianca aprendeu tudo que sabe com a mãe, Silvia Lôbo, de 63 anos, que possui em seu histórico profissional a confecção de fantasias de carnaval para grandes escolas de samba cariocas. Em 2004, Silvia produziu as primeiras bolsas para que Bianca vendesse na faculdade e a ideia deu certo.
“Não era uma época financeira boa para minha família, então minha mãe decidiu produzir estas bolsas. Virou febre, minhas colegas e amigas da faculdade ficavam enlouquecidas com a novidade. Comecei então a vender e a imprimir minha marca”, explicou Bianca.
No ano de 2006, a empresária se casou e mudou com toda a família para Raposo. Foi no distrito que as analistas de moda da Firjan descobriram o trabalho da profissional e a história começou a mudar. “Foi tudo por acaso, elas passaram em frente à loja, viram as bolsas, gostaram e perguntaram se o trabalho era feito aqui”, disse Bianca.
“Fui visitar uma confecção em Raposo e, passeando pelo local, acabei entrando na loja da Bianca. Percebi o potencial da marca e, então, a convidei para participar do Fashion Rio como parceira da Firjan. Já na primeira experiência, Bianca fechou negócio que dura até hoje”, contou Brenda Tostes, analista de moda da Firjan.
As portas se abriram e a empresária não perdeu tempo. Fechou dois grandes contratos internacionais. Para Dubai e Nova Zelândia ela envia, a cada dois meses, cerca de 170 peças. Com 14 auxiliares de produção, o lucro nas composições exportadas chega a 80%.
“A exportação vale muito a pena. Mesmo com os descontos, o lucro é muito bom. No atacado é um pouco menor, cerca de 60%. Nossas peças são exclusivas, nunca fazemos a mesma bolsa. O menor preço no atacado chega a R$ 14,90 e o maior a R$ 70,90”, contou Bianca.
Com tanta novidade, o foco agora é nas peças que vão para o evento de moda. A produção está a todo vapor e a expectativa é de fechar novos negócios e expandir ainda mais. Como Bianca, Márcio Maia é um empresário de Itaperuna que também está ansioso para mais uma edição do Fashion Rio. Ele e a esposa estão nos preparativos finais das peças que vão expor. É a 8ª participação do casal no evento.
“Nossa linha é ‘homewear’, que é aquela roupa que a pessoa pode dormir e, ao mesmo tempo, ir à academia, levar os filhos na escola e ninguém percebe que ela está de pijama. Trabalhamos com um outro conceito em pijama, que vem dando certo há 20 anos”, explicou Márcio.
Na confecção, Márcio conta com a ajuda de 13 funcionários, entre costureiras, cortadeiras, estampadores e bordadeiras. Eles produzem 10 mil peças por mês e cerca de 90% é vendido para fora da cidade de Itaperuna. Tudo começa no manequim e o bom resultado é visto nas vitrines.
“A conquista do mercado veio gradativamente. É um momento de mostrar que o Norte Fluminense também possuiu grande potencial, fazendo os levantamentos de tendência com o Senai Moda Design, que nos auxilia nas pesquisas. Graças a esse trabalho em conjunto, obtivemos muitos bons resultados. Nossa expectativa para a próxima semana no Rio é superar a última edição e fechar ainda mais negócios”, disse Márcio.
Outros oito empresários de Itaperuna e de Bom Jesus do Itabapoana,irão participar do Fashion Rio. E a Firjan acredita que a região tenha muito mais a oferecer e espera trabalhar em breve com outros empresários que se interessem pelo setor.
Com informações do G1 – Foto: Letícia Bucker
Natividade tem uma cooperativa de bordadeiras que é sucesso no exterior ha muito tempo com discreto incentivo do poder publico .Duro é ver que não tem divulgação num meio de imprensa do municipio e tambem os governantes deveriam falar destas guerreiras em qualquer evento no estado e no municipio e aprovar ideias como esta que representam um esforço sem precedentes em nosso pobre municipio.
A divulgação tem que ser natividadense mesmo que não seja paga
Acredito que todos os trabalhos da nossa região, deveriam ter mais atenção e divulgação. A Sianinhas merece parabéns pelo lindo trabalho e reconhecimento. As bolsas delas fazem um maior sucesso. Realmente são lindas!!!